Câmara debate instalação de centro de tratamento de resíduos em Manhuaçu
Em reunião realizada na tarde desta terça-feira (04/04), a Câmara Municipal de Manhuaçu discutiu o projeto de implantação do Centro de Tratamento de Resíduos de Manhuaçu (CTR Manhuaçu). A sessão foi convocada pelo vereador Cléber Benfica (PP) e foi motivada pelas dúvidas que o empreendimento vem causando na população manhuaçuense, principalmente na comunidade do Barreiro (Pedra Furada), onde está prevista a construção do centro de tratamento.
A região do Barreiro concentra famílias que exploram a agricultura familiar. O medo dos moradores é de que o empreendimento traga prejuízos ao meio ambiente, como a contaminação de nascentes e do lençol freático.
O representante da Loba Participações e Empreendimentos e do CTR Manhuaçu, Alyson Lomeu, e o coordenador de estudos da G4 Engenharia e Meio Ambiente, Gláucio Cabral de Barros, responsáveis pelo projeto, explicaram para os vereadores e público presente na reunião as características do centro de tratamento de resíduos. Hoje, Manhuaçu possui um lixão onde é depositado o descarte de resíduos produzido no município e, pela lei, a cidade deverá construir um aterro sanitário de acordo com as normas ambientais.
Barros esclareceu que os chamados lixões não contam com sistema de tratamento de chorume, geram gases, são responsáveis pela propagação de vetores que causam doenças e contaminam as águas subterrâneas. Estes espaços, por serem antigos, estão em desacordo com a legislação ambiental atual.
Os aterros sanitários, segundo ele, são elaborados com técnicas de disposição dos resíduos no solo sem causar danos à saúde pública e minimizando os impactos ambientais. O coordenador de estudos da G4 informou que isso é possível por meio da preparação do terreno para receber os resíduos, que são envelopados e não ficam em contato direto com o solo.
Localização
O CTR Manhuaçu está previsto para ser construído em uma área rural de Pedra Furada, no Barreiro, a 20 km da sede de Manhuaçu. O projeto está em processo de licenciamento ambiental e terá capacidade para receber 150 toneladas de resíduos por dia. Gláucio Cabral de Barros apontou como vantagens do empreendimento a geração de emprego, o incremento da receita municipal, a capacitação e o desenvolvimento de catadores de lixo e a possibilidade da criação de uma usina de triagem e compostagem no município. De acordo com ele, a vida útil estimada de um aterro dessa proporção seria de 18 anos.
O vereador Inspetor Juninho Linhares (PMN) lembrou que, pela lei, os lixões terão que ser desativados e que é necessário informar à população que os aterros sanitários são elaborados com técnicas de proteção ambiental. Eleonora Maira (PSB) concordou que os moradores do entorno do empreendimento têm que ser esclarecidos que o projeto não trará riscos. Cléber Benfica ressaltou que a central de tratamento tem que ser aprovada por laudos de técnicos antes de começar a operar.
A vereadora Mariley Assistente Social (PP) destacou a preocupação em relação à atividade agrícola. Allan do Alaor (PSC) também manifestou receio sobre possíveis riscos às nascentes na região de Pedra Furada. Gláucio Cabral de Barros disse que há uma série de fases de estudos, análises e avaliações que a central de tratamento deverá cumprir antes de iniciar as operações.
Capacidade
Juninho Enfermeiro (PSC) lembrou que Manhuaçu tem uma produção estimada de 80 toneladas de resíduos por dia. Ele quis saber se o restante de resíduos que comporta a capacidade do aterro, de 70 toneladas/dia, já que a capacidade total é de 150 toneladas/dia, viria de outras cidades. Barros explicou que isso não precisaria ocorrer, mas considerou importante um trabalho regionalizado através de consórcios com outros municípios.
Cléber Benfica considerou a reunião o início de um debate que deve ser ampliado nas próximas semanas para se chegar a um consenso. O vereador Allan do Alaor já solicitou uma audiência pública para debater o assunto.
Também participaram da reunião desta terça-feira o promotor de Justiça, Guilherme de Castro Germano, o secretário municipal de Agricultura, Comércio, Indústria e Meio Ambiente, Sandro de Sousa Tavares, o diretor do Serviço Autônomo Municipal de Limpeza Urbana (SAMAL), Kilder Barbosa Perígolo, e representantes da sociedade civil.
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